De Santuário a Santuário, de Coração a Coração
Como
bem sabemos a grande Família internacional da Mãe Rainha prepara-se para
celebrar o centenário da Aliança de Amor, que deu origem ao Movimento
Apostólico de Schoenstatt, por essa razão a presidência nacional do movimento
sugeriu que motivemos a Família de Schoenstatt a viver profundamente as
correntes de vida presentes em todos os santuários do mundo:
- 2010 – ano da corrente do Pai
- 2011 – ano da corrente do Santuário
- 2012 – ano da corrente missionária
Schoenstatt é um Movimento da nossa Igreja,
que tem suas próprias metas apostólicas e sua própria espiritualidade. No
entanto, seu carisma especifico, vincula-se a um lugar determinado: ao seu
Santuário. Porque Schoenstatt essencialmente, consiste num lugar de graças, através do qual o atuar de Deus
irrompe poderosamente na historia do nosso tempo.
Daí que o Santuário
de Schoenstatt não seja simplesmente “um dos elementos que Schoenstatt possui”.
Não: o Santuário é seu coração vital, a fonte de toda sua fecundidade. Porque
Schoenstatt, como toda comunidade da Igreja, não pode reduzir-se às suas
ideias, à sua espiritualidade original ou à sua vasta e complexa organização.
Em primeiro lugar, Schoenstatt é uma obra de Deus, e o Santuário é o meio
concreto escolhido por Deus para transmiti-lhe todas as graças de que necessita
para viver sua espiritualidade, para animar sua organização, para cumprir
fielmente a sua missão. O Santuário é, portanto, o que explica todas as
energias sobrenaturais que palpitam em nossa Família. Sem o Santuário, sem a Aliança de Amor nada mais seria do que
um corpo sem alma. Portanto, no Santuário se decide - vital e essencialmente –
tudo o que Schoenstatt é.
O Santuário Original
– Em 1914, o Padre Kentenich, seguindo os desígnios da Divina Providencia,
convida Maria a estabelecer-se na capelinha do vale de Schoenstatt, sob o sinal
de uma Aliança de Amor e por intermédio do Capital de Graças. Na ocasião o Pe.
Kentenich expressa sua ideia predileta de transformar a pequena capelinha,
dedicada a São Miguel, num Santuário. Depois do final da primeira grande guerra
mundial começam a chegar multidões à procura da capelinha de graças. Deus
confirmava o convite feito a Nossa Senhora de estabelecer nesse lugar o seu
trono de graças.
Os Santuários filiais – Schoenstatt
começa a crescer, especialmente no tempo em que o Fundador está no Campo de
concentração de Dachau. Nossa Senhora queria transformar o pequeno grupo da
Congregação Mariana.
A Divina Providencia inspira as
irmãs de Maria – que haviam sido enviadas a Uruguai – a construção de uma
“replica” do Santuário Original. Ao receber essa informação, o Pe. Kentenich
percebe nisso a voz de Deus. A Providência Divina mostrava-lhe a forma como
Schoenstatt começaria a se espalhar por muitos lugares. Graças a esse fato,
aprovado pelo Fundador, constrói-se o segundo Santuário filial e desta vez em
terra brasileira, em Santa Maria – Rio Grande do Sul.
O Santuário Lar – Depois dos
Santuários Filiais, o Padre Kentenich sente que estes não bastam para evangelizar
a cultura. A cultura transmite-se no lar e é ai que se renova e se torna vida. Ele
diz que se num lar se renova a Aliança de Amor e se convida à Mãe para que
se estabeleça ali, essa casa, esse lar,
converte-se num santuário de graças, igual aos Santuários Capelinhas. Este é a
terceira modalidade de Santuário: o Santuário-Lar.
O Santuário-Coração –
O fundador começa a falar também do Santuário-Coração,
de como cada um de nós pode consagrar à Mãe Rainha o próprio coração como um
Santuário de Schoenstatt. A ideia do Fundador é que todo filho(a) de
Schoenstatt se transforme num Santuário vivo da Mãe Três Vezes Admirável.
Pelo batismo, o
coração de cada cristão é um santuário do Espírito Santo. A Partir do momento
que selamos a Aliança de Amor e entregamos o nosso coração à Mãe de Deus, ela,
implicitamente, indiretamente, o converte num Santuário, mas também pode ser
feita expressamente a consagração do próprio coração como Santuário-Coração.
O
Santuário Coração em particular – Segundo o Pe. Kentenich, a atmosfera
sobrenatural de um santuário de Schoenstatt deve-se primeiramente por tratar-se
de um santuário mariano; segundo, porque junto a ele vivem comunidades, pessoas
que lutam por viverem altos ideais, e terceiro, porque nele há adoração permanente.
As duas primeiras condições deveriam dar-se como evidentes num Santuário–Lar, mas, o que dizer da
adoração?
É evidente que para poder adorar
permanentemente a vontade do Pai devemos guiar-nos pela Fé pratica na Divina Providencia. É ela que vai sinalizando, a cada
instante, o que o Pai espera de nós. Quem se esforça constantemente por adorar
e fazer a vontade do Pai realiza perfeitamente seu Ideal Pessoal, este
ideal é, no fim das contas, como o nome
secreto do nosso Santuário – Coração, que definitivamente descobriremos
céu.
Efetivamente, o Santuário–Coração é, desde o ponto de vista do “nada sem nós” o fundamento de todas as outras formas de Santuário,
pois todas as outras formas de santuário devem sua existência, no que
corresponde ao contraente humano da Aliança, ao capital de Graças. Todo capital de graças é fruto do “sim” de
amor que se dá à vontade de Deus.
Sabemos que todo Santuário de Schoenstatt é
fruto de uma Aliança de Amor e pelo mesmo, ele não se torna realidade sem a
correspondente contribuição humana: o nosso “Capital
de Graças”. Foi isto que o Filho de Deus fez no momento da encarnação, para
que surgisse seu corpo e seu coração humanos. Como primeiro Santuário Vivo de
Deus entre os homens, do qual todos os demais são dependentes.
A santuarização do próprio lar e do
coração só pretende fecundar, com as graças da Aliança de Amor, através destas graças, procuramos dinamizar todas
as energias que dignificam a pessoa humana, que geram solidariedade, comunhão e
criatividade, esta deveria ser a contribuição de toda família cristã.
Schoenstatt quer contribuir essencialmente para a cultura da vida tão ameaçada
no inicio do Terceiro Milênio.
Schoenstatt acredita que não haverá uma comunidade nova se não contarmos com
famílias que sejam modelo de comunidade de corações, capazes de vencer o
espírito do mundo. No Santuário-Lar e no Santuário-Coração é o Espirito Santo que vai criando
aquela atmosfera de Cenáculo que, segundo o dinamismo próprio do amor divino,
exige converter-se em doação evangelizadora para fora, para que cresça em todas
partes a Igreja Família, Santuário Vivo do Deus-Família, a pátria-santuário e a
criação-santuário, onde “Deus seja tudo em todos” (1Cor 15,28)
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