sábado, 7 de setembro de 2013

Inspirando o heroismo

Na aspiração ao heroísmo

             O amor apresenta uma característica muito peculiar: a tendência ao heroísmo. Vive de uma elevada aspiração e de ações heróicas. Em sua tarefa cotidiana vive de anelos heróicos e de ações heróicas.
  
O heroísmo da Mãe de Deus

            É o que contemplamos com especial relevo da querida Mãe de Deus. Ainda que tivesse silenciosa e desconhecida, alimentava o seu coração grande saudade de Deus e do reino de Deus. Trilhar o singelo caminho do dia comum, não significava para ela perder de vista sua meta. Era uma filha da saudade. Bem podemos crer que por seus íntimos suspiros e anelos ela exerceu uma influencia de notável heroísmo no nascimento do Salvador, na vinda do Espírito Santo e na redenção do mundo.

É realmente vemos que nossa Mãe foi e sempre será uma grande heroína, tal como, todos os santos eram homens de grandes aspirações. O Espírito Santo sempre despertou em seus corações um grande desejo de se unir a Deus e de se consagrar a seus interesses.

Os desejos da Mãe de Deus sempre se converteram em realidade da sua vida. No momento da encarnação ele pronunciou o “Fiat” e heroicamente nunca mais o revogou. Nem a profecia de Simeão: “Eis que Ele é destinado a ser ocasião de queda e ressurreição para muitos em Israel e para ser sinal de contradição, e uma espada transpassará à tua alma.” (Lc 2, 34-35); nem a realização desta profecia, na fuga para o Egito e na paixão e morte de Jesus, puderam abalar o seu “Fiat”. Por isso nos refere a Sagrada Escritura tão expressivamente: “Junto à cruz de Jesus estava de pé sua Mãe“ ... (Jo 19, 25). Estava de pé como “Máster dolorosa” e Rainha dos mártires, não somente com seu corpo heróico, senão também com sua alma que permanecia calma e firme a base sólida do “Fiat” que um dia pronunciara. Seu heróico coração palpitante Mãe o repetiu mais de uma vez, estremecendo ainda, quando mãos amigas delicadamente lhe depuseram no regaço o corpo desfigurado e ensangüentado de seu Filho já sem vida.

Igualmente, a vida de todos os santos está repleta de grandes ações, com as quais concretizam sua missão peculiar. Dentre muitos filhos heróicos, temos dois em especial nosso fundador o Pe. Jose Kentenich e o Diácono João Luiz Pozzobon, que através da sua Aliança de Amor, tornaram-se também filhos e heróis, mostrando a verdadeira fé em Maria, nossa Mãe e Rainha, uma filha que realmente soube viver sua filialidade heróica despertando no coração de tantos, em especial, dos citados acima uma vivencia filialmente heróica.

Em verdade não faltam grandes aspirações a muitos católicos bons e zelosos, porém, falta-lhes empregar o devido esforço para convertê-la em ações. Seus bons propósitos não passam de sonhos e entusiasmos infrutíferos. Criam um mundo de ilusões em que se refugiam quando a vida os trata com mãos ásperas e duras. Em suas profissões não conseguem realizar grandes coisas, nela não encontram o amor e o apreço que tanto esperam; por isso buscam uma compensação no mundo dos sonhos, onde sempre estão, e cujo centro é sempre o pequeno eu. Tais pessoas não aprenderam a dominar a vida e jamais serão cristãos.

São muitos que neste mundo encontram-se entre aqueles de quem São Francisco de Sales dizia: “Pensam realizar no futuro brilhantes obras de caridade... e fogem amedrontados das menores cruzes que o presente lhes impõe.” Ao contrário. Conhece e ama o “agere contra”, o agir contra os próprios caprichos e inclinações, movido pelo amor, a fim de estar cada dia mais e pronto a aceitar todos os desejos de Deus.

Ele faz o que não gostaria de fazer.
Omite o que não gostaria de omitir.
Sofre o que não gostaria de sofrer.

Assim se preserva de ilusões, torna-se vazio de si mesmo e pleno de Deus. E vai subindo degrau por degrau.

Somente um grande amor a Deus pode gerar esta força motriz e determinar a intensidade desta luta e aspirações heróicas na vida cotidiana.

            Nossa Mãe heróica é, ao mesmo tempo, nossa Educadora, aquela que foi formada na severa escola de Jesus. Ela conheceu detalhadamente os planos secretos de Deus. Compreendeu que a insegurança e a angústia que Deus permite aos homens, tornam-nos semelhantes a Cristo crucificado, instrumentos aptos e sementes fecundas para um mundo novo. Está a par e observa a lei de que o Reino de Deus sofre violência; por conseguinte, não é conquistado com jogos e prazeres, mas por severa disciplina de si mesmo. Não quer e não pode dispensar da determinação de Deus, após a queda da Adão: que a vida do homem aqui na terra é um duro combate contra a tendência do mal no próprio coração; contra as influências do mundo doentio e o poder dos maus espíritos que, quais leões a rugir, andam em busca de quem possam devorar.

Sua tarefa de Mãe, educadora e heróica, consiste em preservar-nos de muitos perigos do corpo e da alma. Sua tarefa educativa impele-a a ajudar-nos e a educar-nos, a fim de que, através da insegurança e angústia assustadora que inquietam os povos, mais depressa nos tornaremos livres de tudo o que não é de Deus. Sua tarefa heróica nos mostra como buscar e encontrar só nele a paz e a segurança, o lar e o ninho. Quer nos estimular a nos entregarmos, sem reserva, como instrumento, por meio da Aliança de Amor. Uma Pequena Maria, porém heroína que responde a aflição do tempo e da vida, através do salto mortal da inteligência, da vontade e do coração, ao coração de Deus Pai. E como permanente Auxiliar do Senhor, não cessa de colocar-se como instrumento para a renovação do mundo.

“Seja Maria a mostrar-nos no seu Filho o Caminho da paz, e ilumine os nossos olhos, para que saibamos reconhecer seu Rosto no rosto de cada pessoa humana, coração da paz!” (Papa Bento XVI)


Santidade de todos os dias – vol. 1 –autor:Pe. Kentenich
(Tradução: Irmãs de Maria de Schoenstatt

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